Pesquisa histórica de uma cidade se transforma em enciclopédia que mostra o povoamento, a formação e desenvolvimento do povo no contexto físico, geográfico, religioso e humano
O livro Memorial JANUÁRIA: Terra, Rios e Gente é um
mergulho histórico empreendido pelo escritor e conterrâneo Antônio Emílio Pereira sobre o município de JANUÁRIA: da origem aos
nossos dias, ‘temperado’ pelo contexto do povoamento, da formação do povo e
pelos desafios geográficos, políticos, culturais que influenciaram na formação
e desenvolvimento da nossa gente. Todo o estudo foi realizado por quem estudou muito
e também viveu parte desta história.
A nossa viagem histórica pelas páginas do Memorial JANUÁRIA começa com a chegada dos Bandeirantes, segue com a fixação deles na região do Norte de Minas e com os resultados da influência deles, que
passam pela criação e desenvolvimento do povoado, da vila e pela elevação à categoria
de cidade. Em seguida, o Memorial registra a vida da comunidade até 2003, com
riqueza de detalhes sobre os personagens da nossa história e seus feitos, sem
esquecer o legado que deixaram para nós e para as novas gerações que vão chegar.
O autor faz registros sobre a figura de Dona Maria da Cruz, que após
ficar viúva, sai do anonimato, destaca-se no comando da fazenda deixada pelo
marido, o que possibilitou a ela fazer uma obra de assistência social, sem
precedentes, na época. Que figura iluminada!
Em 1860, Januária se torna
cidade, um ano depois é criada a Comarca do
município. Na política, o autor registra os prefeitos nomeados e os eleitos e também
o que fizeram pelo município nos seus mandatos.
Merece destaque: a passagem dos padres alemães por Januária e a influência da presença deles.
Quem da minha geração não se lembra dos sermões ‘duríssimos’ do Padre João Juli, da postura humilde,
mas firme do Padre Pedro Maurer e do
carisma do 2º Bispo de Januária, Dom João Batista Przyklenk. Ele
dava bênção aos católicos rua e cumprimentava um a um no percurso, diário, da
residência episcopal até a Catedral de Nossa Senhora das Dores.
O Rio São Francisco ocupa páginas do Memorial escrito pelo conterrâneo Antônio Emílio Pereira, com
registros sobre sua história, navegação e importância social e econômica. Os
vapores São Francisco e Benjamim Guimarães, que ainda navega em
Pirapora, fazendo roteiro turístico, são os mais conhecidos..
As enchentes, que causaram prejuízos e problemas sociais graves a nossa gente têm como destaque a de 1949 e a última em 1979, que mudou para sempre o rumo e a vida do nosso povo, através da superação de toda ordem.
Não posso deixar de lembrar
dos jornais que marcaram nosso tempo: O Barranqueiro, A Folha de Januária e a Tribuna do Vale, que ainda
circula.
Reencontrei durante a
leitura, a letra do hino de Januária de autoria do Professor Manoel Ambrósio, com algumas palavras pouco conhecidas, mas bonito e também a música Januária Terra Amada, que muitos
acham que é o hino da cidade. Emocionei-me também com o reencontro com a letra: o Homem do São Francisco de Jorge Silva, que
cantei na minha infância saudável em Januária. Saudades!
AS
FIGURAS POPULARES NÃO DEVEM SER ESQUECIDAS: ZÉ MADURO, ZÉ CAIXETA, PIVETE E
CHICO SAFIRA, NOSSO PATRIMÔNIO CULTURAL.
Para concluir nossa viagem
pelo livro Memorial JANUÁRIA: Terra, Rios e Gente, o autor prende a leitura até
o final, pelo estômago também, apresentando as receitas de Beiju de tapioca, Biscoito Escaldado, bolo de Puba, Ginete, Peta e o
Pão de Queijo, cuja receita foi passada ao autor pela inesquecível Dona Dália,
esposa do Sanfoneiro Geraldo Farias. Comemos, sempre, na nossa casa em
Lavras para matar a saudade do sabor e dos bons tempos da ‘terrinha’.
Biografia
Parabéns ao escritor
ANTÔNIO EMÍLIO PEREIRA, que deixa
essa contribuição importante e singular, COM EDIÇÃO BEM CUIDADA, para o patrimônio cultural
de Januária. Esse trabalho tem que estar na nossa estante para consultas
constantes e assim ajudar a mantermos viva a
‘chama de ser januarense’, onde quer que a gente esteja.
Pesquisa histórica de uma cidade se transforma em enciclopédia que mostra o povoamento, a formação e desenvolvimento do povo no contexto físico, geográfico, religioso e humano
Reviewed by JAB-Jornalista Aureliano Borges
on
abril 09, 2019
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