Os candidatos a prefeito às vezes prometem o que não podem cumprir, seja por má-fé, seja porque
não sabem os limites da atuação de um prefeito. Como em todos os âmbitos mais importantes da
atuação pública, as promessas em torno da saúde são muitas. Esta é a
área em que a maior parte dos brasileiros é mais vulnerável e precisa da
atuação da saúde pública. Tem cidade da região em que todas as classes sociais
utilizam o serviço público de saúde.
O Sistema Único de Saúde,
o famoso SUS, foi criado a partir da Constituição de 1988. O SUS é um sistema público de saúde,
que tem como preceito o acesso integral, universal, igualitário e gratuito para
toda a população brasileira – que hoje é de mais de 200 milhões de habitantes.
Os cidadãos devem ter acesso
integral a todos os serviços oferecidos pelo SUS, que vão desde exames
básicos até cirurgias complexas, como as de transplantes de órgãos.
Além do atendimento básico, com consultas, exames médicos e internações, o SUS
também deve trabalhar de maneira preventiva, com vigilância sanitária,
campanhas de vacinação, fiscalização de alimentos e registro de remédios.
Existe uma divisão de
responsabilidades entre os três poderes: Federal, Estadual e Municipal. A
Prefeitura é o principal órgão responsável pela área da saúde. O
prefeito e a equipe de gestão dos serviços, pela Secretaria Municipal de
Saúde, que são os responsáveis pelas ações e serviços de
saúde naquele local. Logo, tanto criação de políticas públicas municipais como a aplicação de políticas nacionais e estaduais
devem ser feitas pela equipe do município.
O planejamento de ações no
Sistema Único de Saúde em âmbito local dependerá de recursos próprios do
município (mínimo de 15% de sua receita) e dos repassados pela União e
pelo estado.
O órgão que faz a gestão da
saúde em âmbito nacional é o Ministério da Saúde, que faz estudos e
planeja a implantação de políticas nacionais de saúde. O Ministério da
Saúde também é responsável pela criação de normas, avaliação, fiscalização e
controle das ações do SUS em todo o país.
O atendimento da rede pública pode ser realizado em hospitais públicos, nas Unidades
de Pronto Atendimento (UPA) – que devem funcionar 24h – e nas Unidades
Básicas de Saúde (postos de saúde). Normalmente para marcar consultas com
especialistas existe um dia e um horário específico que os Postos de Saúde
abrem para que a população agende o que precisa.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) – popularmente
conhecidas como postos de saúde–
foram criadas para ser o ambiente primário de atendimento ao cidadão. O ideal é
que cada bairro de um município tenha ao menos uma UBS, a fim de atender a
população local.
É Por meio das UBS que ele será atendido e
encaminhado a outros serviços mais especializados, dentro dos próprios postos
de saúde ou nos hospitais. Ali, poderá ser encaminhado para a realização de
exames ou a médicos especialistas.
Também é nos postos de saúde
que devem ser realizadas as vacinas gratuitas em crianças e a grupos de
risco, no caso de campanhas de vacinação contra a gripe, por exemplo.
Qualquer cidadão pode ter
acesso a qualquer tipo de medicação – as mais básicas são facilmente distribuídas, de forma geral. O SUS é
modelo internacional na distribuição de remédios para diabetes e hipertensão,
por exemplo. Mas os medicamentos mais caros às vezes não chegam ao cidadão
mesmo após a solicitação, e o caso pode entrar na justiça – o juiz determinará
se o cidadão irá ou não receber o remédio. O lado negativo de se conceder
medicamentos muito caros a um paciente, segundo especialistas, é que recursos
que poderiam atender a um número maior de pacientes são destinados a apenas uma
pessoa.
Os cidadãos devem, também, ser
atendidos nos dias em que marcam horário nos postos de saúde ou quando há
alguma emergência. Devem ter acesso às consultas médicas e odontológicas, além
de exames básicos ou complexos, e serem encaminhados a atendimento com
especialistas, se for o caso. Os cidadãos têm direito a cirurgias gratuitas,
caso delas necessitem – até as mais complexas, como transplante de órgãos,
devem ser realizadas nos hospitais públicos com atendimento do SUS.
Os principais problemas na área de saúde são,
geralmente: Primeiramente, a falta de
estrutura física – poucos hospitais e postos de saúde – e poucos
profissionais. Esse não é necessariamente o cenário de todos os bairros num
município ou de todas as cidades. Mas é um problema recorrente em grande parte
do país, e principalmente nas regiões menos urbanizadas ou nos locais mais
afastados nas cidades grandes.
Outra discussão suscitada é a escassez
de recursos repassados aos municípios tanto pela União como pelos estados.
Os municípios têm a responsabilidade principal de prestar os serviços, de
colocar em prática tudo o que é planejado em âmbito estadual, federal e
municipal.
Portanto, às vezes, recebem
menos dinheiro do que necessitam para que as políticas públicas funcionem e a
quantidade das estruturas físicas e o número de profissionais seja suficiente.
Frequentemente, o Governo Federal manda recursos para construção de unidades e
equipamentos, mas não financia o custeio (profissionais, materiais e afins),
tornando a saúde um fardo pesado no orçamento dos municípios.
Fonte:https://www.politize.com.br/saude-municipio-qual-a-responsabilidade/
Nesse período, tem prefeito
prometendo criar hospital, policlínica em municípios, sem se atentar para os
critérios necessários para tal implantação. Será que ele consegue cumprir essa
promessa, tendo aprovação técnica do Ministério da Saúde e dinheiro suficiente
para tal? Ou pode ser considerada promessa falsa?
Na estrutura da saúde pública,
o foco das atenções deve ser a UBS, o posto de Saúde, ponto de acesso do
cidadão ao atendimento público de saúde.
Antes de anunciar e investir em Policlínica, hospital, que demanda investimento alto, recurso que os municípios, GERALMENTE, não têm, a saída é utilizar corretamente o dinheiro da saúde, oferecendo UBS em pleno funcionamento para atender bem o cidadão. No segundo momento, os prefeitos devem se associar ou se manterem associados aos consórcios de saúde para garantirem o tratamento especializado em cidades maiores, para quem precisa. Não precisa 'inventar a roda' e sim utilizar corretamente e de forma racional os recursos existentes para atender o interesse público.
Leitor, cidadão, confira as
promessas do seu candidato a prefeito em todas as áreas e na saúde para não ser enganado
nesta eleição, com promessas impossíveis de serem realizadas.

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